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Rio Grande do Sul está em alerta para possíveis casos suspeitos de coronavírus

Grande movimento de viajantes da China preocupa moradores do Sul, mas Estado não tem casos suspeitos até o momento

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Divulgação

Assim como o restante do País, o Rio Grande do Sul está em alerta para possíveis casos suspeitos de coronavírus. A doença já matou pelo menos 81 pessoas na China, que registra mais de 2,7 mil casos. O vírus já infectou pessoas em pelo 11 países. O número de mortes foi atualizado na manhã desta segunda-feira, 27, após a província de Hainan divulgar o primeiro caso fatal no local.

O caso é de uma mulher de 80 anos cuja família havia chegado da cidade de Wuhan – onde a epidemia teve início – no último dia 17. A província de Hubei, onde fica Wuhan, responde por 76 das mortes ocorridas até agora. Foram registrados casos individuais também em Xangai e nas províncias de Hebei, Heilongjiang e Henan.

No Rio Grande do Sul, o foco é nas orientações repassadas pelo Ministério da Saúde ainda na última semana. Conforme a técnica da equipe de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde Juliana Patzer, o vírus já havia se manifestado na mesma região há alguns anos, mas, desde então, sofreu mutações. “Agora estamos conhecendo como ele procede na população novamente”, disse em entrevista à Rádio Gazeta.

Apesar do grande movimento de viajantes da China para o Estado e a região, especialmente devido aos negócios chineses no Vale do Rio Pardo, a técnica descarta a disseminação da doença na região. Ela ressalta, no entanto, que há o alerta e que os cuidados necessários estão sendo tomados pelo Estado.

O ponto mais importante, segundo Juliana, é a notificação dos casos suspeitos, para que os processos de isolamento e tratamento possam ser realizados rapidamente. Ela ressalta que não basta apresentar os sintomas para ser considerado um caso suspeito – até porque os sintomas são comuns a inúmeras doenças respiratórias. Os principais sintomas são febre, tosse e dificuldade de respiração.

“Para ser considerado um caso suspeito, a pessoa precisa, além de apresentar os sintomas, estar vinculada a uma das duas províncias com casos da China. Caso não tenha tido contato com essas províncias, não é tratado como caso suspeito”, destacou. Somente após esta confirmação é coletada uma amostra do paciente, que é analisada pelo laboratório do Estado e por um laboratório de referência no País. Segundo a técnica, qualquer suspeita pode ser informada diretamente à vigilância estadual pelo número emergencial 150.

Origem da doença

Na última semana, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul fez um alerta aos gaúchos, para que casos suspeitos de doença respiratória sejam mais bem examinados. Ainda não se sabe ao certo como surgiu a doença, mas é estudada a possibilidade de que o vírus tenha vindo de morcegos ou cobras. As cobras são reservatório do vírus e teriam sido vendidas no mercado de Wuhan, capital da província chinesa onde houve o início da contaminação.

“A OMS coloca ainda como uma fonte inicial desconhecida. Acredita-se que a fonte inicial é um mercado público onde havia animais e inicialmente [a contaminação] tenha sido de animal para humano. Agora, não tem mais este vínculo com este mercado, mas uma transmissão de pessoa para pessoa”, disse a técnica.

Devido ao agravamento da situação, a China suspendeu todas as viagens turísticas que partem do país para tentar conter o surto de coronavírus. O presidente chinês disse no sábado, 25, que o vírus está se espalhando de maneira acelerada e que o país enfrenta uma situação grave. Juliana lembra que, até agora, os supostos casos suspeitos no Brasil e no Estado foram descartados pelo Ministério da Saúde.

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