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Sem conseguir contratar, Santa Casa tenta importar profissionais

Sem conseguir médicos em Mato Grosso do Sul nas especialidades de pediatria, neurologia clínica, e urgência e emergência, a Santa Casa de Campo Grande tenta contratar esses profissionais com anúncios de emprego em âmbito nacional. O hospital não consegue preencher cinco vagas, duas para pediatras plantonistas, uma para neurologista clínico e outras duas para médicos especializados para o pronto socorro.

“A Santa Casa anunciou vagas de contratação fora do Estado devido à dificuldade de encontrar profissionais destas áreas (em Mato Grosso do Sul)”, informou a instituição, via assessoria de imprensa.

O setor de recursos humanos do hospital publicou anúncio na Folha de S. Paulo e ainda aguarda currículos. Para tentar incentivar a vinda do profissional, o hospital informou que o regime de trabalho será estabelecido conforme a disponibilidade do médico ou CLT. O salário oferecida para “importar profissionais” não foi divulgado.

A direção do maior hospital de Mato Grosso do Sul informou, entretanto, que a carência dos médicos não afeta o atendimento à população e que não estão oferecendo salários mais altos para atrair profissionais. “As bases de hora trabalhada são as mesmas que contratamos qualquer funcionário. Continuamos com processo aberto tanto aqui, quanto fora”, disse o diretor-técnico do hospital, Luiz Alberto Kanamura.

MPE investiga falta de neurocirurgiões para pós-operatório

Pela falta de neurocirurgiões, para atendimento pós-operatório no ambulatório na Santa Casa, o MPE (Ministério Público Estadual) abriu um inquérito civil para investigar a situação e solicitou esclarecimentos à Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), que administra os repasses do SUS (Sistema Único de Saúde).

Conforme Kanamura, a necessidade de se ampliar o número de neurocirurgiões tem de partir da prefeitura, que possui a gestão plena da saúde na Capital. “A Santa Casa é uma prestadora de serviços”, disse lembrando que hoje não há nenhum neurocirurgião no quadro de médicos do hospital

Para CRM, salários são pouco atrativos e falta condições de trabalho

Para o CRM-MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul), a falta de médicos em algumas especialidades tem vários motivos como oferta salarial baixa e falta de estrutura e condições de trabalho de alguns hospitais. “Na pediatria, por exemplo, em números reais não falta. A questão é oferta tanto salarial, quanto de estrutura. Já urgência e emergência é uma especialidade nova e tem muito pouco, mas que cirurgião e clínico geral também são habilitados para exercer (funções nos pronto socorros)”, detalhou a presidente, Rosana Leite de Melo.

Rosana acredita que será difícil o hospital conseguir contratar especialistas em urgência e emergência. “Se o edital da Santa Casa for só para esta especialidade, eles não vai encontrar”, opinou.

Já a especialidade neurologia clínica realmente está em falta em Campo Grande, acredita Rosana. “A maioria prefere fazer outras atividades como, por exemplo, consultório, que tem um leque muito grande de exames. Mas, neurocirurgião tem bastante”, completou.

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