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Talvez se eu não tivesse levado ao médico meu filho estivesse vivo', diz mãe de bebê morto

Criança, que estava com suspeita de gripe, morreu após parada cardíaca na tarde de ontem e morreu após ser entubado

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Foto: Reprodução/Facebook

Negligência. É essa a causa que Estefani Larissa Gondin da Costa, 19 anos, acredita que tenha causado a morte do filho Arthur Miguel Gondim Sousa, de apenas dois meses, que morreu no final da tarde de ontem (23) na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Coronel Antonino.

Segundo Estefani, o filho chegou bem na UPA e morreu após ser entubado. ''Ele tinha bronquite e, desde sábado, estava tossindo. Fiz várias inalações nele, como de costume. Na segunda, como tive que ir ao centro da cidade, resolvi passar com ele no posto", contou.

A dona de casa chegou ao local com o filho por volta das 8h. A criança passou pela triagem às 11h e pouco tempo depois já foi atendida. ''O médico disse que meu filho estava com a respiração cansada, iria passar inalação, soro com medicamento e ele ficaria em observação", explicou.

Por volta das 15h, depois de tomar três bolsas de soro, o médico informou que a criança havia estava bem, mas que seria entubada até que surgisse vaga para ser encaminhada para algum hospital. ''Entubaram meu filho e ficaram fazendo o procedimento de oxigênio com as mãos até às 16h, porque o equipamento estava quebrado. Quase 17h me avisaram que ele tinha falecido após parada cardíaca".

Conforme a mãe, após a morte da criança os problemas continuaram. ''Uma assistente social disse para eu aguardar uma outra que estava chegando no plantão, para que o procedimento de liberação do corpo fosse feio. Era quase 20h e estávamos esperando no corredor e ninguém apareceu para nos falar nada. Quando fomos atrás, encontramos a assistente social sentada na sala, mexendo no celular".

O corpo foi encaminhado ao IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), mas outro problema surgiu. ''Eles disseram que não poderiam entregar o corpo para o velório, já que os médicos não tinham assinado o laudo com as causas da morte porque não tinham feito nenhum tipo de exame no meu filho. Por causa disso, o corpo teria que passar por necropsia".

Para Estefani, houve negligência desde o início do atendimento. ''Demoraram para atender, na triagem não perceberam que meu filho não estava bem, não fizeram exame porque a máquina de raio-x estava estragada. E entubaram meu filho mesmo sabendo que o oxigênio não estava funcionando. Se sabiam disso, por que entubaram? Para matar?", disse revoltada a mãe.

''Meu filho sempre ficava doentinho, mas eu fazia inalação em casa e ele ficava bem. Talvez se eu não tivesse levado ele para a UPA, ele estivesse aqui comigo agora".

Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que “os familiares da criança relataram a equipe médica que fez o atendimento, que a mesma já apresentava sintomas há 4 dias, mas somente na segunda-feira (23) é que buscaram atendimento. Também não consta no histórico do prontuário do paciente nenhum outro atendimento em unidade básica de saúde de acompanhamento após o nascimento ou ainda administração de vacinas”.

Além disso, segundo a Sesau, “no primeiro atendimento na UPA Coronel Antonino, nessa segunda-feira (23), foram realizamos exames para verificar o estado de saúde e o paciente recebeu medicação, permaneceu em observação na unidade, onde a assistência médica necessária foi oferecida conforme os registros no prontuário, além de monitorado periódico”.

Para a prefeitura, não houve nenhum tipo de erro no atendimento. “Não houve negligência ou demora no atendimento da criança. Após a parada cardiorrespiratória foram realizados os procedimentos de reanimação por 50 minutos, porém sem sucesso. Foi coletado material biológico para verificar as causas da morte do paciente. A Sesau aguarda resultado para proceder com a investigação”, finaliza o município.

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