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Vacina contra a Aids será testada na África do Sul

É a primeira vez desde a identificação do vírus, em 1983, que os cientistas acreditam ter encontrado um estudo promissor

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O imunizante vai ser aplicado em cinco doses e haverá três reforços, além do uso de drogas para melhorar o sistema imunológico (Foto: Pixabay)

Nesta quinta-feira, 1, quando é celebrado o Dia Mundial de Combate à Aids, há a esperança de uma vacina que pode ajudar a colocar um fim nesta epidemia.

Na última quarta-feira, 30, foi lançado um ensaio clínico para testar uma vacina experimental contra o HIV na África do Sul. É a primeira vez desde a identificação do vírus, em 1983, que os cientistas acreditam ter encontrado um estudo promissor.

O estudo, chamado de HVTN 702, vai testar uma versão aprimorada da única vacina que já apresentou resultados significativos, a RV144. Esta primeira versão foi testada há sete anos na Tailândia com 16 mil voluntários e apresentou uma eficácia de 31%, taxa considerada baixa apesar de significativa. Agora, pesquisadores desejam ampliar a eficiência da vacina para índices entre 50% e 60%.

“Obviamente, gostaríamos que [o índice de eficácia] fosse 90%, mas isso é provavelmente pedir demais, dada a complexidade do HIV e a resposta imune do corpo a ele”, disse Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos.

O ensaio vai ocorrer na África do Sul por tratar-se do país com um dos índices de prevalência de HIV mais altos do mundo, com 7 milhões de infectados, o que representa 19,2% da população, segundo a Unaids. Serão recrutados mais de 5 mil homens e mulheres, sexualmente ativos, entre 18 e 35 anos, em 15 locais distribuídos por todo o território sul-africano, para participar da pesquisa.

A vacina é produzida com um subtipo do vírus que circula pelo sul da África, chamado de “clade C”. O imunizante vai ser aplicado em cinco doses e haverá três reforços, além do uso de drogas para melhorar o sistema imunológico. Os primeiros resultados devem ser apresentados em 2020. A segurança desta vacina foi testada com sucesso durante 18 meses em 252 voluntários. O novo ensaio busca ratificar sua eficácia.

“Uma vacina eficaz seria um ponto de inflexão, mas estes ensaios durarão anos. Temos que continuar utilizando os outros métodos de prevenção para reduzir os novos contágios”, alerta Lynn Morris, médico do Instituto Nacional de Doenças Contagiosas da África do Sul.

A cada ano, dois milhões e meio de pessoas são infectadas pelo vírus ao redor do mundo. A epidemia causou mais de 30 milhões de mortes desde os anos de 1980, de acordo com um estudo publicado em julho na conferência internacional de Durban, leste da África do Sul.

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