Buscar

Governo avalia Terra Indígena Buriti em R$ 80 milhões

Fazendas de 30 proprietários devem ser desapropriadas com indenizações. Processo servirá de referência para outros casos, diz vice-governadora.

(Foto: Alysson Maruyama/TV Morena)

O Ministério da Justiça avaliou nesta terça-feira (7) em R$ 80 milhões os 15 mil hectares que formam a Terra Indígena Buriti, no município de Sidrolândia (MS), a 70 km de Campo Grande. O governo pretende indenizar os 30 proprietários de fazendas da região, que serão desapropriadas em favor dos indígenas.

A região é alvo de disputa entre proprietários rurais e indígenas. Em maio de 2013, um índio da etnia Terena morreu durante confronto entre indígenas e policias numa ação de reintegração de posse da fazenda Buriti. Os indígenas resistiram e até hoje ocupam o local.

O valor de R$ 80 milhões foi apresentado nesta terça-feira a proprietários e indígenas pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. De acordo com o assessor especial do ministro, Marcelo Veiga, o montante ainda poderá ser alterado porque os proprietários questionarão a avaliação, que foi feita pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e pela Funai (Fundação Nacional do Índio).

O governo federal apresentou os valores de compensação da terra nula e os valores de benfeitorias. São valores brutos que ainda vão ser avaliados pelos proprietários com bastante cuidado e depois, caso necessário, vão apresentar suas contestações, explicou Veiga.

A vice-governadora do Mato Grosso do Sul, Simone Tebet, disse que o governo não pode errar a mão nas negociações porque, segundo ela, o processo da Terra Indígena Buriti servirá de referência para outros casos de desapropriação e indenização de terras no Mato Grosso do Sul.

De acordo com Simone Tebet, há cerca de 80 mil hectares de terras no estado sendo reivindicadas por proprietários e indígenas. Os outros processos tenderão a ser mais rápidos porque muitas dúvidas serão dirimidas com a negociação da Terra Indígena Buriti, afirmou a vice-governadora.

Ela lembrou que atualmente o estado vive um situação de relativa paz. Hoje estamos assim, mas não sabemos o que vai acontecer daqui 30 ou 60 dias. Não podemos errar na mão, não podemos errar no timming, afirmou.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.