Publicado em 05/07/2020 às 18:15, Atualizado em 05/07/2020 às 22:17
Morreu, em São Paulo, o ator Leonardo Villar. Ele teve uma carreira longa e respeitada no teatro, na televisão e no cinema. E estrelou um dos mais importantes filmes brasileiros.
Ele era a personificação de uma elegância natural que, antes de servir a seus personagens, serviu aos clientes. Nascido em Piracicaba, cidade famosa pelo “R” puxado do interior de São Paulo, Leonardo Villar foi alfaiate até descobrir o teatro.
Na sólida carreira construída nos palcos, brilhou ao lado de grandes estrelas em dezenas de peças que marcaram a história do teatro.
“Um excelente ator, uma pessoa de um carisma muito grande, uma humildade, principalmente, muito grande. É um amigo que vai deixar uma saudade enorme”, lembra o ator Othon Bastos.
Dos palcos do Brasil para as telas do mundo: em 1962, uma peça de Dias Gomes adaptada para o cinema conquistou a primeira e única Palma de Ouro do país no Festival de Cannes, na França. Leonardo Villar deu vida ao homem simples que enfrentou o preconceito, a intolerância e a violência para exercer sua fé. Ele foi "O Pagador de Promessas".
“Estava no teatro há 11 anos e nunca tinha feito cinema. E o filme ganhou a Palma de Ouro. Foi realmente um negócio espetacular”, lembrou Leonardo Villar em uma entrevista ao Jornal da Globo em 1987.
O talento fez de Leonardo Villar um ator admirado também por papéis marcantes nas novelas da Globo. Em “Barriga de Aluguel”, foi a vez de representar o perigo da intolerância.
“Ele ficava absolutamente concentrado o tempo inteiro. Enquanto ele estava na gravação, ele não estava interpretando, ele estava sendo o personagem em cena e fora de cena, e isso é uma lembrança muito boa que eu tenho dele”, conta Cláudia Abreu.
No próximo dia 25, Leonardo Villar completaria 97 anos. Uma longa e honrosa existência de quem nos deu a vida de tantos personagens inesquecíveis.
“Perdi um grande amigo, mas uma pessoa que deu luz a muitos atores e muitas atrizes com seus ensinamentos, com sua maneira educada, gentil de atender as pessoas. Vai deixar saudade, sim”, conta Antônio Pitanga.
