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Compartilhar fotos de Cristiano Araújo morto é crime, alertam especialistas

Quem compartilha responde na área cível por lesão à imagem

(Foto: Reprodução/Twitter)
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Não demorou muito. Poucas horas após a morte de Cristiano Araújo ser confirmada,começaram a circular fotos e vídeos relacionados ao acidente que vitimou o cantor e namorada, Allana Morais.

Esse material foi compartilhado rapidamente pelas redes sociais e no comunicador instantâneo WhatsApp. Porém, o pior ainda estava por vir.

Após o cantor ser levado para autópsia e preparação do corpo na funerária, novas fotos e vídeos trouxeram imagens chocantes do corpo do sertanejo antes e depois de ser maquiado e até mesmo com a região abdominal aberta.

Esses arquivos, supostamente feitos por funcionários dos locais que atenderam o artista e sua namorada, Allana, logo invadiram de forma viral os grupos de Whats e as linhas do tempo de Facebook. Muitas pessoas que evitam esse tipo de conteúdo se depararam com as fotos e vídeos involuntariamente, tamanha a velocidade da circulação pela web. 

Reação negativa

Muitos se espantaram com a falta de sensibilidade de quem desrespeitou esse momento triste para as famílias do cantor e da namorada. Nas redes sociais, a reação de grande parte dos usuários foi bastante negativa. 

O radialista Rafael Gentil faz uma campanha em sua página de Facebook para que as pessoas deixem de compartilhar os vídeos e fotos e denunciem os profissionais envolvidos. 

— O vídeo é completamente sem noção e desrespeitoso. Portanto, querido amigo, não compartilhe. Você está ajudando a divulgar mais ainda!

Indenização

Pouca gente sabe, porém, é que é ilícito produzir e repassar material desse tipo. Segundo a advogada Cristina Sleiman, as famílias de Cristiano e Allana podem processar e exigir indenização por danos morais para os funcionários que fizeram as fotos e vídeos e também para as empresas nas quais eles trabalhavam.

— Antes de tudo, foi cometida uma infração administrativa, desrespeitando a preservação do sigilo das informações da empresa. Além disso, mesmo morto, o humano tem direito à preservação da imagem.

A remoção dos arquivos da internet também pode ser exigida e pessoas que fazem o compartilhamento são alvos de punição também.

Se dependesse da revolta de alguns usuários do Facebook, o correto seria até mesmo prender quem produziu o material. Elver Varjão, produtor de música sertaneja, divulgou fotos dos funcionários do necrotério em sua timeline e classificou o vídeo como abominável.

— A tragédia e a dor para a maioria. Para alguns, o momento é para bizarrice e se aparecer, aproveitando para se promover às custas da tristeza. Gravar o preparo do corpo do Cristiano e sair passando por aí é inaceitável. Espero ver esses monstros na cadeia, na mesma velocidade com que esse vídeo abominável se espalhou.

Segundo o advogado Rafael David Filipe, o ato de compartilhar as fotos se acompanhado de comentários depreciativos pode caracterizar crime contra o respeito aos mortos.

— Cabe reparação por lesão à imagem, intimidade e privacidade ao corpo do morto e direito da dignidade do ser humano. Na esfera trabalhista, pode acontecer desde uma simples advertência até mesmo uma demissão por justa causa.

Embora seja antiético e criminoso, o ato dificilmente resulta em prisão. Rafael Filipe explica que o caso poderia ser encarado como crimes contra a honra

— Como esse é um crime de menor potencial ofensivo, a pena de prisão poderia ser substituída por uma pena restritiva de direitos, como: multa, pagamento de cesta básica, prestação de serviços à comunidade. Quem compartilha responde na área cível, por lesão à imagem e por crime contra o respeito aos mortos, desde que venha acompanhado de comentários depreciativos.

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