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Após perder 40 quilos, instrutor de academia quer ajudar obesos no RS

Jiu-Jitsu e musculação ajudaram Roger Ferreira a mudar seu porte físico.Sonho é abrir uma academia especializada no combate à obesidade.

Roger hoje (E) e na adolescência (D): rotina de exercícios físcos e controle de alimentação garantiram perda de cerca de 40 quilos em período de cinco anos (Foto: Arquivo Pessoal)

A experiência vivida entre o final da adolescência e o início da idade adulta despertou no instrutor de musculação Roger Cardoso Ferreira, de 22 anos, o desejo de ajudar pessoas a emagrecer. Depois de perder mais de 40 quilos, desenvolver a musculatura e passar de gordinho a dono de um porte físico invejável em cinco anos, o porto-alegrense conta sua história para clientes da academia onde trabalha como forma de estímulo. O sonho dele é abrir uma academia especializada no combate à obesidade.

Os clientes chegam para mim e falam que precisam emagrecer cinco quilos. Começo a conhecer a pessoa e contar a minha história, mostro uma foto minha antiga no celular e ganho a confiança dela. Sirvo como incentivo. Meus alunos sabem como eu era, conta Roger.

Até a época em que concluiu o ensino médio, Roger era obeso – e não se incomodava com isso. Por sempre ter tido facilidade com o esporte, diz não ter sofrido bullying. Mas eventualmente, sentia-se incomodado pela dificuldade em paquerar as meninas e encontrar as roupas descoladas que queria em lojas de tamanhos grandes. Às vezes, ficava meio mal, mas como eu era feliz daquela forma, eu relevava. Tinha muitos amigos e por isso não sofri muito, relembra.

O estímulo surgiu com o jiu-jitsu. Roger pesava 140 quilos quando decidiu que tentaria atingir a condição física que permitisse a participação em competições. No primeiro sinal de mudança em seu corpo, quis mais. Eu quis pegar fôlego e gás para me tornar competidor em alto nível. Emagreci 5 quilos de supetão. Vi a diferença no vestuário e me motivei mais ainda, vi como é bom emagrecer, conta.

Apesar de se sentir bem, Roger percebeu que não seria fácil mudar de atitude. O gosto pela boa comida seria um obstáculo. Naquele momento, tinha início uma guerra. Passei por vários altos e baixos, de dar uma engordada e depois emagrecer. É normal na trajetória. É inevitável. É uma guerra diária entre mente e corpo. Quando eu ficava mal, a primeira coisa que fazia é ir para a comida. Atracava-me a comer, relembra.

Com 1,81 metros, Roger conta que atualmente pesa entre 90 quilos e 100 quilos. Chegou a pesar menos, mas, com o treino de musculação, ganhou a chamada massa magra, que ajudou a reconstituir o porte físico depois do emagrecimento. Eu estava com peso baixo, mas a qualidade muscular e estética do corpo eram horríveis. Eu tinha postura ruim. Meu corpo evoluiu muito, explica ele.

Enquanto estava na faculdade de educação física, Roger fazia musculação para tornear o corpo que já havia emagrecido. Formado e de bem com a balança, o instrutor continua sua guerra contra a comida enquanto pensa em ajudar outras pessoas. A ideia é montar uma academia onde os gordinhos se sintam melhores.

Obeso geralmente não gosta de academia. Eu mesmo ia duas ou três vezes e me sentia mal na academia. Foi o jiu-jitsu que me salvou. A pessoa vai para uma academia popular, onde a questão é mais estética que de saúde, e se sente mal. Raramente tem um obeso na academia. Também quero trabalhar com crianças porque a obesidade infantil está crescendo muito, projeta o instrutor, cuja própria história é garantia de inspiração seja para crianças, seja para adultos.

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