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"Prende e solta" de bandidos faz combate à criminalidade se perder

Para quem lida com a questão, só penas mais duras, um sistema penal que de fato ressocialize quem comete crimes pode apontar um caminho para o problema

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Enxugar gelo. A expressão parece gasta, mas é exatamente o que define a sensação de agentes de segurança em todo o Brasil em relação a bandidos que são pegos cometendo crimes, ficam poucos dias na prisão e, logo depois, estão soltos nas ruas novamente.

Não é raro que eles voltem a ser presos, alguns são velhos conhecidos dos policiais, o que suscita uma outra figura em relação ao trabalho de combate ao crime: a de um cachorro correndo atrás do próprio rabo, que nunca é alcançado.

Na conversa com quem lida dia a dia com o crime, a reclamação, na maior parte feita com declarações de bastidor, é que é cansativo prender, para depois ver essas pessoas soltas, seja porque não houve flagrante ou que a liberdade é concedida até o processo ser concluído, mais comuns em casos de crime contra o patrimônio, como roubos e furtos.

Este ano, segundo as estatísticas da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul), já são 592 furtos na Capital e 206 roubos na cidade. Não há estatística disponível do número de prisões, mas é fato que é ínfima perto desse total de crimes. Na prisão mais recente tornada pública, foi preso um grupo suspeito de pelo menos 30 furtos. De cinco apontados como envolvidos no crime, só um ficou preso, porque foi pego em flagrante tentando fugir com um veículo de luxo cheio de produtos furtados.

“Além das liberdades concedidas em audiência de custódia e também a adolescente infratores, a progressão de regime é uma das maiores facilitadoras para reincidência”, afirma à reportagem um delegado que pede preservação da identidade.

A cada prisão é possível ver uma “evolução” dos crimes. A maioria dos suspeitos são detidos por furto, passam ao roubo, tráfico de drogas e alguns chegam a crimes mais graves, como homicídios.

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