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Caso Marielly: Onze anos após morte réus vão a julgamento

Jovem morreu durante aborto clandestino e teve corpo ocultado em 2011

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Divulgação

Onze anos após o crime, Hugleice de Souza e o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes serão levados a júri popular pela morte de Marielly Barbosa Rodrigues, 19 anos, cunhada de Hugleice, que morreu durante aborto clandestino, em maio de 2011, em Sidrolândia.

O julgamento foi marcado para o dia 15 de setembro deste ano, no Tribunal do Júri da comarca de Sidrolândia.

Hugleice de Souza e o enfermeiro responderão por provocar aborto com o consentimento da gestante, mediante fraude, grave ameaça ou violência, com a qualificadora de resultar na morte da gestante, e por ocultação de cadáver.

Hugleice está preso no Mato Grosso, onde foi condenado em 2020 a 12 anos de prisão por tentar matar a esposa, irmã de Marielly, no estado vizinho.

Já Jodimar responderá em liberdade até a data do julgamento

O caso

O caso ocorreu em maio de 2011. Segundo denúncia do Ministério Público, Hugleice era casado com a irmã de Marielly, mas manteve relacionamento sexual com a cunhada, que originou a gravidez.

De comum acordo, ambos teriam decidido pelo aborto e Hugleice levou a vítima de Campo Grande até a casa de Jodimar, em Sidrolândia, para quem pagou R$ 500 para que o aborto clandestino fosse feito.

Durante o procedimento, a jovem passou mal e morreu por complicações do aborto, no dia 21 de maio de 2011.

Após o enfermeiro contar sobre a morte, ele e Hugleice colocaram o corpo de Marielly em uma caminhonete e o deixaram em um matagal.

O desaparecimento da jovem mobilizou parentes, amigos, vizinhos, políticos e a opinião pública para encontrar a filha.

O corpo da universitária foi encontrado em 11 de junho em um canavial, localizado em uma estrada vicinal de Sidrolândia, em estado de decomposição.

Em julho do mesmo ano foi decretada a prisão de Hugleice, que até então negava qualquer envolvimento com o caso, mas confessou dois após ser preso, e de Gomes, que continua a alegar inocência.

A Justiça concedeu liberdade a Hugleice ainda em setembro daquele ano, mas ele voltou a ser preso em novembro de 2019, após esfaquear a esposa, irmã de Marielly, no Mato Grosso, onde mora desde que foi solto pela morte da universitária.

Em 2019, a defesa dele apresentou nova versão, alegando que a família da universitária seria cúmplice do aborto mal sucedido que a matou.

Conforme o advogado de Hugleice na ocasião, José Roberto da Rosa, ele assumiu o crime para acobertar sua mulher e a sogra, respectivamente irmã e mãe da vítima.

Na época do crime, causou estranheza o fato da família de Marielly continuar aceitando ele, inclusive com a manutenção do casamento com a irmã. 

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